Num momento qualquer, num dia que parecia ser apenas mais um, surgia algo tão envolvente. Não que fosse de algum positivismo. Mais um minuto depois e estava imersa numa tristeza que não se pode medir. Mas de todas as anteriores parecia a maior e a pior. Daquelas que só de ver alguém feliz por perto, já lhe vem uma certa raiva, e um quê também de egoísmo. E mais, culpa, por saber que o mundo não gira em torno do eu, mas fingir que sim, e achar que os demais deviam compadecer de sua dor. Aliás, nessa hora você acha muitos erros e culpas, e em suma, você os concede aos outros. Quando na verdade são todos apenas de sua autoria. 
 Vem tudo como um golpe. Que só faz derrubar sem te dar a chance de trégua. Mas ao mesmo tempo parece tão convidativo, que você nem se esforça para evitar. Apenas se entrega. E permanecem isolados, você e a Tristeza. 
 Mas por já ser um certo 'expert' nesse assunto, a única coisa que vem à cabeça é que de algum jeito ou de outro, tudo isso vai passar. Talvez num quarto escuro, na calada, após o último sussurro de choro. E de última lágrima. Como se esta última fosse a gota que faltava para esvaziar um coração cheio de sentimentos bons e ruins, que só se somam. É a última gota que diz: "Seque os olhos e ande. Siga em frente. É normal ter dias ruins. Mas não tente se entregar nos próximos."
 E quando a Alegria invade, você se sente a pessoa mais realizada do mundo. Mais grata por ter vivido em dias difíceis para ser abençoada com alguns minutos com risada. E pensa que talvez um dia ruim nem seja tão ruim assim. Que você passaria por tantos outros para viver um com alegria. Pois como eu disse, eles são convidativos e eu não gosto de recusar convites. 


Adriana.


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